Você adotou um pet e não quer perder a estética da sua sala com uma caminha vermelha com estampa de ossinho? Para quem divide a vida com um bicho, a casa é um ambiente de convivência, onde o conforto de ambos, tutor e pet, precisa ser considerado. O design de interiores pet-friendly, algo que há 20 anos talvez nem se ouvisse dizer, cresceu de uma simples tendência para um verdadeiro movimento de transformação dos lares, chegando até mesmo a ambientes corporativos. Mas como fazer isso funcionar para todos os envolvidos?
Ambientes pet-friendly aliam conforto, estilo e praticidade para uma convivência mais harmoniosa entre pessoas e seus bichinhos. Foto: stock.adobe.com
Planejar um ambiente pet-friendly com a ajuda de um arquiteto pode custar de R$ 1000 a R$ 50 mil, e você vai contar com um profissional capacitado para resolver problemas e gerar alternativas. Mas não se assuste: se o valor foge do seu orçamento, é possível customizar seu ambiente para integrar o seu pet com criatividade. A seguir trazemos dicas que vão fazer a diferença para deixar sua casa mais pet-friendly.
Você já deve ter notado que os pets cada vez mais são considerados membros das famílias. Eles têm saído dos quintais e conquistado seu próprio cantinho dentro de casa (às vezes até na sua cama, né?). E assim os tutores passam a incluir as acomodações pets até mesmo nos projetos arquitetônicos.
Hoje, a decoração e a funcionalidade dos espaços levam em conta o bem-estar dos pets, sem abrir mão do estilo e integrando os bichinhos ainda mais à rotina da família. E essa tendência se estende aos escritórios. Se há alguns anos era impensável ter a presença animal nesses locais, dependendo de onde você trabalha, o seu bichinho pode ter até crachá e receber kit de boas-vindas, contando com um espaço confortável e pensado para ele. Mas não se engane, isso exige planejamento.
A professora de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Cruzeiro do Sul, Gabriela Medeiros Ramos, explica que para incluir áreas específicas para pets nos projetos é preciso uma reavaliação dos materiais, do layout e da funcionalidade dos espaços para garantir o conforto e segurança dos bichinhos, sem perder a estética e a praticidade para as pessoas.
Tá, mas você deve estar se perguntando como fazer isso acontecer? Tudo deve ser bem pensado, a começar pelos móveis. Anote essas dicas:
Quando se trata de um ambiente com pets, o ponto de partida está nos móveis. É importante escolher materiais duráveis que resistam ao uso diário de cães e gatos, sem sacrificar o visual. Sofás com tecidos à prova de arranhões e camas com capas removíveis e laváveis são algumas das opções mais procuradas por quem deseja manter a casa em ordem. Além disso, a escolha de cores que disfarçam pelos, como tons mais neutros ou estampas, ajuda a manter a estética por mais tempo.
Uma possibilidade para os estofados é o Acquablock, que é impermeável, tende a não reter odores e é resistente ao sol, o que permite ser exposto à luz solar para evitar mofo e mau cheiro. Há também o couro sintético, que não acumula mau cheiro ou pelos; a microfibra, que é resistente aos arranhões e à aderência dos pelos; além dos tecidos de poliéster, que são resistentes e não mancham com facilidade, por isso, caso o bichinho acabe fazendo xixi no tecido ou deixando escorrer uma babinha não fica marcado. E todas essas opções são de fácil limpeza, uma característica desejada por quem tem pet em casa.
Outro aspecto importante são os móveis multifuncionais. Mesas de centro com compartimentos para brinquedos ou camas embutidas em estantes são ótimos exemplos de como integrar o pet no design da casa sem perder o estilo. Esses móveis inteligentes oferecem um equilíbrio entre função e forma, sendo uma solução prática para o dia a dia, assim como pisos que devem ser funcionais, mas sem tirar a beleza do projeto.
Os pisos de uma casa pet-friendly precisam ser resistentes, de fácil manutenção e, principalmente, não devem apresentar riscos aos pets. Isso deve ser aplicado principalmente em ambientes corporativos que podem receber ajudantes de diferentes raças. Pisos lisos, como porcelanatos polidos, além de serem sensíveis a riscos, apresentam um efeito escorregadio que pode ser perigoso para cães, por exemplo, podendo ocasionar até mesmo sérias lesões ortopédicas. Também não são recomendados materiais porosos, como mármore e pedras naturais, pois podem ser manchados pela saliva dos animais.
Na escolha do piso é preciso levar em conta materiais que evitam manchas permanentes causadas por eventuais acidentes e aqueles que não absorvem odores. Boas opções são: cerâmica, que, além de ser difícil de arranhar, é de fácil limpeza e uma boa alternativa para ambientes muito quentes; porcelanato acetinado, que possui ação antiderrapante; e piso vinílico, que também é fácil de limpar, antiderrapante, resistente e até antirruído, se as patinhas andantes te incomodam na madrugada.
De forma geral, Gabriela diz que no curto e médio prazos a prioridade na escolha de itens deve ser a acessibilidade e higiene, já no longo prazo, a durabilidade é crucial. “Os materiais para esse tipo de projeto devem ser resistentes ao desgaste do uso causado pelos pets, garantindo que o espaço se mantenha em boas condições ao longo do tempo”, afirma.
Mas se você gosta de um toque mais aconchegante, tapetes feitos de materiais laváveis e antialérgicos podem ser adicionados para o ambiente ficar mais acolhedor. Lembrando que escritórios têm adotado uma linha mais descontraída, amigável e menos formal na estética, então tudo bem aplicar essas dicas na sua empresa.
E tudo bem aplicar conforto no cantinho de descanso do pet também. Eles precisam de um espaço próprio para relaxar e se sentir seguros. Esse é o carro-chefe no design pet-friendly. Cães e gatos adoram camas acolchoadas, casinhas ou até mesmo nichos planejados dentro dos móveis: um espaço para chamar de seu. Um refúgio próprio ajuda a reduzir o estresse e garante o descanso adequado até mesmo para nós, não é?
Quem tem gatos sabe que se sentirem desafiados e explorar o ambiente é uma necessidade dos bichanos. Saiba também que é possível ir além dos arranhadores. Você pode instalar prateleiras de escalada, pontes entre móveis, túneis e áreas de observação para estimular os gatinhos, aumentando a qualidade de vida deles, e ao mesmo tempo compor o design de forma sofisticada. Já para os cães, é possível integrar o espaço de descanso à decoração, com almofadas e camas que se harmonizam com o design do ambiente ou mesmo casinhas embutidas nos móveis como parte do projeto arquitetônico. O importante é garantir que esses locais sejam fáceis de limpar e sejam o território seguro do seu pet.
E falando em design de interiores, para pensar em plantas e decoração para um lar com pets, é preciso atenção para escolher opções seguras. Cuidado com lírios, comigo-ninguém-pode e as famosas jiboias, que são plantas tóxicas para cães e gatos e devem ser evitadas em casas com esses bichinhos. Felizmente, há muitas alternativas de plantas seguras, como samambaias e palmeiras, que adicionam vida ao ambiente sem colocar a saúde do seu pet em risco. Caso tenha no seu ambiente alguma das opções perigosas, garanta que estejam fora do alcance dos pets e recolha rapidamente folhas que caírem ao chão.
Além disso, é importante investir em decorações que não ofereçam perigo, como objetos pesados ou frágeis que possam cair. A escolha de itens mais resistentes e estáveis garante que seu pet possa explorar a casa sem causar danos ou se machucar.
Se você tem porquinhos-da-índia ou coelhos, precisa se atentar também aos fios expostos na decoração. Esses bichinhos são curiosos, detestam o tédio e estão sempre procurando algo para roer. Além da inconveniência, essa brincadeira pode expor o seu animal ao risco de choque elétrico, o que pode ser fatal. Portanto, considere esconder os fios no seu projeto.
Para evitar bichinhos entediados, a tecnologia pode ajudar sem comprometer a estética da sua casa. Brinquedos interativos e inteligentes mantêm os pets entretidos mesmo quando o tutor não está por perto e alguns deles podem ser até controlados por aplicativos.
Um exemplo é o comedouro automático que oferece ração em horários programados, pode gravar a voz do tutor e contar até com câmera para monitorar o bichinho. Você pode optar pelo formato cilíndrico ou quadrado, cor branca, preta, em inox, ou como ornar melhor com a sua decoração. O preço desse tipo de comedouro varia de R$ 250 a R$ 900, a depender da marca, modelo e funcionalidades. Áreas específicas para alimentação e hidratação têm sido uma tendência dos projetos de design de interiores
Outra inovação são as caixas de areia para gatos integradas ao design. Hoje, é possível encontrar opções que se camuflam em móveis, deixando o espaço mais harmonioso e funcional. Para Gabriela, o mobiliário multifuncional é uma grande aposta e permite que o design pet-friendly se integre ao estilo do espaço. Esses pequenos detalhes, como nichos e cantinhos confortáveis para o descanso dos pets fazem toda a diferença na rotina de quem vive com eles, oferecendo praticidade e conforto ao mesmo tempo.
Mais do que uma questão de estética, o design pet-friendly fortalece a conexão entre pets e pessoas. Quando o espaço é planejado para atender às necessidades dos dois, a convivência se torna mais harmoniosa. Um ambiente em que o pet se sente seguro, confortável e parte da família promove interações mais saudáveis e uma rotina mais tranquila para todos.
Criar um lar pet-friendly não é apenas sobre adaptar o espaço, mas sobre pensar na experiência que você quer compartilhar com seu pet. Cada detalhe, desde o material dos móveis até a organização dos objetos, contribui para que a casa ou o escritório se torne um lugar de convivência e bem-estar.
Em um mundo em que os pets ocupam um lugar cada vez mais importante nas nossas vidas, o design de interiores está atento a essa tendência, oferecendo soluções práticas e sofisticadas para lares que acolhem pessoas e pets com o mesmo carinho. Ao adotar essas ideias, você garante não só um ambiente mais bonito, mas também um espaço em que todos podem viver em harmonia, com estilo e conforto e de forma amigável.
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