Os dias de calor podem ser especialmente desafiadores para os pets. Cães, gatos e outros animais não têm a mesma capacidade que as pessoas de se resfriarem, e o verão traz um risco maior de desidratação e superaquecimento. Saber como proteger o seu pet nesses dias de temperaturas elevadas pode fazer toda a diferença para o bem-estar dele.

Nos dias mais quentes, adaptar os cuidados com cães, gatos e outros pets é essencial para evitar o superaquecimento e garantir bem-estar. Foto: stock.adobe.com
A hidratação adequada é a primeira linha de defesa contra o calor. Os pets não suam como as pessoas, então eles dependem principalmente de outros mecanismos, como ofegar, para liberar calor. Isso os deixa mais vulneráveis ao superaquecimento, e a falta de água adequada pode agravar ainda mais a situação.
A veterinária Jaqueline Galdine, especialista em saúde de cães e gatos, compartilha cuidados específicos que devem ser tomados com cães que sofrem de determinadas comorbidades, e que podem ser ainda mais afetados pelas altas temperaturas. “Uma vez que as glândulas sudoríparas dos cães encontram-se na língua, respirar é um esforço maior para eles. Sabendo disso, os cães braquicefálicos, por exemplo, tendem a ter mais dificuldade para realizar a troca de calor, assim como os que têm colapso de traqueia e prolongamento de palato, com características do focinho ‘achatado’. Além disso, aqueles que são diagnosticados com cardiopatias tendem a ter uma descompensação maior com as altas temperaturas, o que pode gerar edema pulmonar com maior facilidade pelo seu esforço respiratório na tentativa de troca de calor. Por isso, estar atento em oferecer água em abundância e de forma contínua, é primordial, além de evitar saídas a pé para não provocar queimaduras nas patas, e até mesmo os passeios de carro, a depender da temperatura, é melhor que sejam evitados pela dificuldade com a troca de calor, podendo gerar, inclusive, hipertermia maligna”.
Mesmo quando a temperatura estiver amena, lembre-se de levar uma garrafinha de água e uma tigela portátil para garantir que ele tenha o que beber durante o passeio. É um pequeno gesto que pode prevenir grandes problemas. Além disso, é importante lembrar de fazer paradas, em casos de viagens longas de carro, por exemplo, para oferecer água e permitir que ele possa se esticar e liberar o calor do ambiente fechado.
E os gatos, será que eles também sofrem com o calor? De acordo com a veterinária, a resposta é sim! No entanto, os cuidados são de menor complexidade, mas exigem atenção e cuidados. “Ao contrário do que as pessoas pensam, os gatos não podem ter saídas livres por cuidados com a vida deles, e no calor menos ainda, pois as altas temperaturas também os afetam. Eles precisam ter o conforto da casa onde moram disponível e sempre com água fresca disponível, de preferência água corrente, pois muitos deixam de beber água por não ser corrente. Esse tipo de atenção pode fazer toda a diferença para a qualidade de vida do pet”, afirma.
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Passeios em horários diferentes
Se o seu pet adora brincar ou caminhar, escolha fazer isso nas primeiras horas da manhã ou no final da tarde, quando o sol está menos intenso. E lembre-se sempre de fazer o teste do asfalto antes de caminhar com eles, que estão muito mais próximos ao solo e, logo, sentem as temperaturas altas com maior intensidade do que os tutores.
Assim como nós, os pets também podem sofrer queimaduras de sol. Animais de pele clara ou com pouco pelo são particularmente vulneráveis, então use um protetor solar adequado para pets, disponível em pet shops, para proteger as áreas expostas. Diferentes marcas dermocosméticas para pets, disponibilizam opções de protetores para cães e gatos, com composições à base de vitamina e aloe vera, que ajudam na hidratação e sensação de frescor, especialmente nas regiões com menos pelos. Também é uma boa ideia garantir que eles tenham acesso à sombra em qualquer ambiente externo.
Dar um banho refrescante pode ser outra forma eficaz de ajudar seu pet a se sentir mais confortável. Use água morna para não causar choque térmico e faça disso uma experiência agradável, especialmente para animais que não gostam tanto de água.
Aqui estão 10 pets e suas características de adaptação ao calor, além de algumas curiosidades que poucas pessoas sabem:
Cães com pelo curto como o Boxer e o Pinscher, tendem a se refrescar mais rapidamente, pois seu pelo permite uma ventilação melhor. Você sabia? Que a maior parte do calor sentido pelos cães é liberado pela boca e, em menor escala, pelas almofadas das patas. É por isso que eles ofegam tanto diante das altas temperaturas.
Cães com pelo longo como o Husky Siberiano e o Golden Retriever possuem subpelos densos que retêm calor, dificultando o processo de resfriamento. Eles podem sofrer mais com o calor em climas quentes. Você sabia? Que embora sejam mais adequados para climas frios, o subpelo também protege esses cães de queimaduras solares. Por isso, a tosa completa não é adequada, já que a retirada da proteção natural desses pets pode provocar queimaduras e assaduras.
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Gatos preferem lugares quentes e podem regular sua temperatura mais facilmente. Você sabia? Que os gatos suam pelas patas, mas preferem se esfriar através do descanso em superfícies frescas. É comum vê-los dormindo em azulejos ou banheiros para se refrescar nos dias quentes.
Coelhos são muito sensíveis ao calor, especialmente raças de pelo longo. Eles podem sofrer rapidamente com superaquecimento, e seus ouvidos são um dos principais mecanismos para liberar calor. Você sabia? Coelhos não conseguem ofegar ou suar para resfriar seus corpos. Seus vasos sanguíneos nas orelhas se dilatam para dissipar o calor, tornando-as partes essenciais para regular sua temperatura.
Furões são extremamente vulneráveis ao calor, pois possuem uma tolerância limitada a altas temperaturas. Eles podem facilmente sofrer de hipertermia. Você sabia? Que eles começam a entrar em estresse térmico quando a temperatura ambiente ultrapassa 26°C, e para se refrescar, eles adoram dormir em superfícies frescas e adoram brincar com cubos de gelo.
Porquinhos-da-Índia podem facilmente entrar em choque térmico em temperaturas acima de 24°C, e é essencial mantê-los em áreas frescas e bem ventiladas. Você sabia? Que, quando expostos ao calor, as cobaias muitas vezes se deitam em superfícies frias e ficam imóveis para conservar energia e manter a temperatura corporal estável.
Hamsters quando expostos ao calor extremo pode ser fatal para eles, especialmente se não houver ventilação adequada. Você sabia? Que, ao contrário de outros pets, hamsters podem hibernar se a temperatura ficar muito baixa, mas no calor eles tendem a cavar e se esconder em locais frescos e escuros.
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Pássaros sofrem muito com calor extremo, pois seu sistema respiratório é altamente eficiente e eles têm poucas maneiras de dissipar o calor. Você sabia?: Pássaros ofegam para se refrescar e levantam as asas para permitir que o ar circule em volta do corpo.
Répteis – Particularmente as Iguanas dependem da temperatura externa para regular sua temperatura corporal, sendo animais ectotérmicos. Elas amam o calor, mas o excesso pode ser prejudicial se não houver sombra ou água. Você sabia? Gostam de se esticar e se aquecer sob luzes UV artificiais, mas precisam de acesso a áreas mais frias e a umidade para evitar a desidratação e o superaquecimento.
Peixes tropicais como os Bettas, sendo peixes tropicais, preferem temperaturas entre 24°C e 30°C. No entanto, temperaturas acima disso podem causar estresse térmico e problemas de oxigenação na água. Você sabia? Que os Bettas têm um órgão chamado labirinto que lhes permite respirar ar diretamente da superfície da água. Isso os ajuda em águas quentes com baixos níveis de oxigênio.
Fundamental e importante: Nunca deixe o pet no carro
Uma das maiores ameaças em dias quentes é deixar o pet dentro do carro. Mesmo com as janelas abertas, a temperatura dentro de um veículo pode subir rapidamete, tornando-se uma armadilha mortal. Jamais deixe seu pet sozinho no carro, nem por alguns minutos.
Cuidar do seu pet em dias de calor é mais do que uma questão de conforto. Ao longo do verão, fique sempre atento ao comportamento do seu companheiro: se ele estiver ofegando excessivamente, apresentando sinais de cansaço, falta de apetite recorrente ou mostrando outros sintomas de superaquecimento, procure um veterinário.
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